PSIQUIATRA - DR. ANTONIO VIOLA - SÃO PAULO
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Ser ou ter

23/5/2017

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A sociedade exerce influencia massificante nas histórias das pessoas,
como exemplo dessa influencia lembrei-me de uma livraria que visitei semana passada em que os "best-sellers" diziam respeito às seguintes temáticas:
- como fazer para transformar seu marido até o próximo final de semana;
- o que se deve saber sobre as mulheres;
- como acalmar seu bebê;
- como ter uma boa qualidade de vida;
- sugestões para o antienvelhecimento;
- como ser pai..., entre milhares de outros "manuais" em que se supõe ensinar como fazer em determinadas situações.
O que quero dizer quanto à massificação do sujeito é exatamente isso, que a sociedade vende respostas concretas e prontas, de como proceder perante tais circunstâncias, como se existissem respostas iguais para cada pessoa, numa tentativa de unificar as ações, de normatizar, manter a ordem, obedecer a certo estatuto, a uma determinada classificação.
A contemporaneidade dá a referência ao que se deve seguir, por exemplo: se a tendência da moda agora é usar mais tênis, logo se espera isso das pessoas ao redor; se na maioria dos ambientes de trabalho não se contrata mais pessoas de faixa-etária acima de 35 anos, deve-se seguir essa regra; se o celular mais usado ultimamente é o de altíssimo custo, logo aqueles que os tem estão de acordo com o esperado e inclusive são muito bem vistos, assim como aqueles que também possuem os carros mais caros.
O normal se instaura a partir daquilo que a pessoa tem e não pelo que ela é.
No que diz respeito à saúde, a padronização aparece com outro nome: o diagnóstico. Quem já não ouviu falar no Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); no Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA); no Autismo; no Transtorno Bipolar (TB)? Em todos estes casos, muitas vezes, se busca adequar o paciente a uma classificação já estabelecida para poder medicalizá-lo conforme normas, na tentativa de readaptá-lo ao meio, normatizá-lo.
Segundo Jerusalinsky e Fendrik (2011) em seu livro "O Livro Negro da Psicopatologia na Contemporaneidade":
"A ligeireza (e imprecisão) com que as pessoas são transformadas em anormais é diretamente proporcional à velocidade com que a psicofarmacologia e a psiquiatria contemporânea expandiram seu mercado. Não deixa de ser surpreendente que o que foi apresentado como avanço na capacidade de curar tenha levado a ampliar em uma progressão geométrica a quantidade de "doentes mentais". "(p.6)
Por fim, chegamos a uma via de mão única, em que se prega ser feliz a qualquer custo e para isso deve-se seguir certos padrões, sendo um deles a definição de saúde dada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como saúde sendo bem-estar físico, mental e social, mais uma vez, sem levar em conta o que é estar bem, para cada um.


Ana Carolina Sanches é Psicóloga e Psicanalista e atende na Rua Siqueira Bueno 1949 Sala 03 - Alto da Mooca
Tel: (11) 28488015

sanchesanacarolinaps.wixsite.com


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    Sobre o Dr. Antonio Viola

    Médico psiquiatra e psicanalista, graduado em Medicina pela Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), residência médica em Psiquiatria no Hospital do Servidor estadual de São Paulo (IAMSPE) e formado em Psicanálise para Psicoterapeutas pelo Centro de Estudos Paulista.

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